ECOnomia em debate
A Escola de Comunicação da UFRJ
promoveu palestra aos alunos de graduação com o professor do Instituto de
Economia André Modenesi.
No dia 28 de maio, o professor e
pesquisador do Instituto de Economia da UFRJ, André Modenesi, concedeu uma
palestra para alunos das disciplinas de “Jornalismo Econômico” e “Comunicação e
Economia”, a convite do professor Nilo Gomes, o qual, também, ministra as duas
disciplinas na Escola de Comunicação da mesma universidade. O economista
discursou frente a uma plateia lotada de jovens em formação, os quais, se
interessaram especialmente por questões ligadas à reforma da previdência. O
evento aconteceu no palácio universitário no campus da Praia Vermelha.
Com uma aula intitulada “Políticas
macroeconômicas para saída da crise”, o professor expôs propostas para
impulsionar o progresso da economia e os problemas e desafios que se instauram
diante do conturbado cenário político atual. De acordo com o pesquisador, a fim
de estimular a economia e gerar seu crescimento, é necessário um conjunto de
medidas que visam a aceleração da mesma como: reduzir taxa de juros, aumentar o
investimento público – principalmente em infraestrutura – fortalecer o BNDES,
além de valorizar políticas sociais e educacionais em geral.
Além de fazer um breve panorama
sobre a história da economia brasileira, o debate destacou, especialmente, as
diferenças entre a política liberal e desenvolvimentista, onde o professor
esclareceu as premissas que regem ambos os regimes, e enfatizou que, “apesar da
sólida tecnicidade que as ciências econômicas possuem, o viés ideológico que
envolve o meio é muito grande; e que, portanto, a questão operativa é
diretamente inerente a visões de mundo”, concluiu. Com relação ao futuro do
país e a condução das políticas econômicas pelo atual governo do presidente
Jair Bolsonaro, o pesquisar é enfático ao afirmar que não vê “o futuro com
‘bons olhos’ da maneira como as coisas estão sendo geridas”; se mostrou
pessimista com a proposta da reforma da previdência, e, apesar de concordar que
poderia haver algumas mudanças no atual sistema, acredita que o modelo de
repartição ainda é o melhor, tendo em vista a sugestão de capitalização da
mesma.
No fim da palestra, um tempo foi
dado aos alunos para que pudessem fazer perguntas ao convidado. Maria Luíza
Gueiros (20), estudante do segundo período de Comunicação Social, considerou a
atividade muito positiva: “É ótimo promover palestras e debates aqui na ECO
[Escola de Comunicação]; principalmente se for especialistas de outros saberes.
Isso faz com que exercitemos nosso pensamento crítico e nos ensina a pensar
fora do senso comum”, finaliza, a jovem.
Anielle Sousa, Márcio Moreira e
Thays Costa
Políticas
Macroeconômicas para a saída da Crise Econômica
Políticas Macroeconômicas são formas
de inação ou ações do Governo relacionado aos componentes fiscal que trata de
decisões tomadas pelo Governo sobre gastos públicos e tributos, já monetário
trata de intervenções do Banco Central no Mercado Monetário, aumentando ou
diminuindo o volume de moeda em circulação em busca de manter as taxas de curto
prazo em um nível que não atrapalhe o crescimento da economia.
No caso brasileiro, na Política
Fiscal com a PEC do Teto dos Gastos impossibilita a expansão de gastos,
comprometendo assim a política social, política industrial e investimento em
infraestrutura. Com o fim da TJLP que era um instrumento importante de promoção
da FBCF, a competitividade do BNDES é eliminada intensamente o que o torna mais
difícil a capacidade de emprestar.
Já na Política Monetária a autonomia
está reduzida devido a Taxa Selic estar condicionada pelo Taxa de Juros
Internacional. E o piso histórico Selic condicionado às PMNC e excesso de
liquidez internacional. Com a reversão PMNC há elevação na taxa de juros
internacional.
Com a Política Monetária com
autonomia reduzida há a perda de um dos instrumentos de gestão macroeconômica.
Com a Política Fiscal com a regra da PEC do Teto de Gastos, o fim da TJLP e o
BNDES ameaçando extinção perdemos o outro instrumento de gestão macroeconômica.
A saída de tal situação de Crise
Econômica se diverge em opiniões.
Para os Liberais a saída dessa
situação seria mais mercado, privatização, como o exemplo do Chile, o Brasil
poderia privatizar a Infraero, Petrobrás ou outras empresas públicas quaisquer.
Essa ação gera um ganho no curto prazo, mas no longo prazo é diferente. Outras
ações como o investimento externo direto, a liberalização do comércio, a
reforma trabalhista e reforma da previdência entre outras ações fazem parte da
linha Liberal.
Para os Desenvolvimentistas (Não
Liberais) a saída dessa situação seria mais intervenção do Governo com as
Políticas Macroeconômicas. Como o exemplo do governo dos anos 2000 no Brasil,
com o PAC, MCMV, Programas Sociais como o Bolsa Família, Política Industrial,
Petrobrás (conteúdo nacional), um fortalecimento do BNDES e Bancos Públicos,
redução do desemprego, salário mínimo, melhora na distribuição de renda,
redução da pobreza.
Logo essas opiniões distintas criam
dificuldades em estabelecer políticas econômicas que satisfaçam todos os grupos
políticos e da sociedade.
As
medidas clássicas para sair da crise
Segundo o ponto de vista do professor André
de Melo Modenesi as medidas macroeconômicas clássicas para saída da crise no
Brasil seriam o aumento do investimento público, aumento da oferta monetária,
políticas de estímulo industrial, o uso de políticas sociais (Exemplo: Minha
Casa Minha Vida e Bolsa Família) para aumentar o consumo, redução da taxa de
juros com a intenção de aumentar o investimento privado, fortalecimento do
BNDES e aumento de produção nacional.
Existem diversas barreiras para a adoção das
medidas citadas anteriormente. Um dos obstáculos para a realização dessas
medidas seria o fato da taxa de juros nacional depender fortemente dos juros internacionais.
A consequência disso é os nossos juros serem elevados para atrair capital
externo, principalmente por via de títulos públicos.
Outro problema seria a PEC do teto de gastos
que acaba impossibilitando grandes investimentos públicos que incentivariam a
economia e compromete as políticas sociais. Temos também o fim da TJLP (Taxa de
juros de longo prazo) do BNDES que acaba enfraquecendo a concorrência do mesmo
com outros bancos que cobram taxas de juros altas, isso prejudica o
financiamento de investimentos por parte da indústria e de outros setores.
O governo Temer foi marcado por uma ideologia
liberal em vez da desenvolvimentista utilizada nos dois governos anteriores.
Esse pensamento liberal era marcado pela perda de espaço do Estado para o
Mercado. Seguia uma disciplina fiscal, política de privatizações, liberalização
financeira, reforma trabalhista, investimento externo direto, liberalização do
comércio, direito de propriedade e taxa de câmbio competitiva.
Vale destacar que a Era Desenvolvimentista
foi marcada por baixos índices de desemprego (chegando a 6.5%), formalização do
mercado de trabalho, aumento do salário mínimo, melhora na distribuição de
renda e redução da pobreza.
Marcio
Moreira Leite de Campos
Nenhum comentário:
Postar um comentário