sábado, 29 de junho de 2019


ECOnomia em debate

A Escola de Comunicação da UFRJ promoveu palestra aos alunos de graduação com o professor do Instituto de Economia André Modenesi.



No dia 28 de maio, o professor e pesquisador do Instituto de Economia da UFRJ, André Modenesi, concedeu uma palestra para alunos das disciplinas de “Jornalismo Econômico” e “Comunicação e Economia”, a convite do professor Nilo Gomes, o qual, também, ministra as duas disciplinas na Escola de Comunicação da mesma universidade. O economista discursou frente a uma plateia lotada de jovens em formação, os quais, se interessaram especialmente por questões ligadas à reforma da previdência. O evento aconteceu no palácio universitário no campus da Praia Vermelha.

Com uma aula intitulada “Políticas macroeconômicas para saída da crise”, o professor expôs propostas para impulsionar o progresso da economia e os problemas e desafios que se instauram diante do conturbado cenário político atual. De acordo com o pesquisador, a fim de estimular a economia e gerar seu crescimento, é necessário um conjunto de medidas que visam a aceleração da mesma como: reduzir taxa de juros, aumentar o investimento público – principalmente em infraestrutura – fortalecer o BNDES, além de valorizar políticas sociais e educacionais em geral.

Além de fazer um breve panorama sobre a história da economia brasileira, o debate destacou, especialmente, as diferenças entre a política liberal e desenvolvimentista, onde o professor esclareceu as premissas que regem ambos os regimes, e enfatizou que, “apesar da sólida tecnicidade que as ciências econômicas possuem, o viés ideológico que envolve o meio é muito grande; e que, portanto, a questão operativa é diretamente inerente a visões de mundo”, concluiu. Com relação ao futuro do país e a condução das políticas econômicas pelo atual governo do presidente Jair Bolsonaro, o pesquisar é enfático ao afirmar que não vê “o futuro com ‘bons olhos’ da maneira como as coisas estão sendo geridas”; se mostrou pessimista com a proposta da reforma da previdência, e, apesar de concordar que poderia haver algumas mudanças no atual sistema, acredita que o modelo de repartição ainda é o melhor, tendo em vista a sugestão de capitalização da mesma.

No fim da palestra, um tempo foi dado aos alunos para que pudessem fazer perguntas ao convidado. Maria Luíza Gueiros (20), estudante do segundo período de Comunicação Social, considerou a atividade muito positiva: “É ótimo promover palestras e debates aqui na ECO [Escola de Comunicação]; principalmente se for especialistas de outros saberes. Isso faz com que exercitemos nosso pensamento crítico e nos ensina a pensar fora do senso comum”, finaliza, a jovem.



Anielle Sousa, Márcio Moreira e Thays Costa



Políticas Macroeconômicas para a saída da Crise Econômica


Políticas Macroeconômicas são formas de inação ou ações do Governo relacionado aos componentes fiscal que trata de decisões tomadas pelo Governo sobre gastos públicos e tributos, já monetário trata de intervenções do Banco Central no Mercado Monetário, aumentando ou diminuindo o volume de moeda em circulação em busca de manter as taxas de curto prazo em um nível que não atrapalhe o crescimento da economia.
No caso brasileiro, na Política Fiscal com a PEC do Teto dos Gastos impossibilita a expansão de gastos, comprometendo assim a política social, política industrial e investimento em infraestrutura. Com o fim da TJLP que era um instrumento importante de promoção da FBCF, a competitividade do BNDES é eliminada intensamente o que o torna mais difícil a capacidade de emprestar.
Já na Política Monetária a autonomia está reduzida devido a Taxa Selic estar condicionada pelo Taxa de Juros Internacional. E o piso histórico Selic condicionado às PMNC e excesso de liquidez internacional. Com a reversão PMNC há elevação na taxa de juros internacional.
Com a Política Monetária com autonomia reduzida há a perda de um dos instrumentos de gestão macroeconômica. Com a Política Fiscal com a regra da PEC do Teto de Gastos, o fim da TJLP e o BNDES ameaçando extinção perdemos o outro instrumento de gestão macroeconômica.
A saída de tal situação de Crise Econômica se diverge em opiniões.
Para os Liberais a saída dessa situação seria mais mercado, privatização, como o exemplo do Chile, o Brasil poderia privatizar a Infraero, Petrobrás ou outras empresas públicas quaisquer. Essa ação gera um ganho no curto prazo, mas no longo prazo é diferente. Outras ações como o investimento externo direto, a liberalização do comércio, a reforma trabalhista e reforma da previdência entre outras ações fazem parte da linha Liberal.
Para os Desenvolvimentistas (Não Liberais) a saída dessa situação seria mais intervenção do Governo com as Políticas Macroeconômicas. Como o exemplo do governo dos anos 2000 no Brasil, com o PAC, MCMV, Programas Sociais como o Bolsa Família, Política Industrial, Petrobrás (conteúdo nacional), um fortalecimento do BNDES e Bancos Públicos, redução do desemprego, salário mínimo, melhora na distribuição de renda, redução da pobreza.
Logo essas opiniões distintas criam dificuldades em estabelecer políticas econômicas que satisfaçam todos os grupos políticos e da sociedade.

: Anielle Sousa de França


As medidas clássicas para sair da crise

Segundo o ponto de vista do professor André de Melo Modenesi as medidas macroeconômicas clássicas para saída da crise no Brasil seriam o aumento do investimento público, aumento da oferta monetária, políticas de estímulo industrial, o uso de políticas sociais (Exemplo: Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família) para aumentar o consumo, redução da taxa de juros com a intenção de aumentar o investimento privado, fortalecimento do BNDES e aumento de produção nacional.

Existem diversas barreiras para a adoção das medidas citadas anteriormente. Um dos obstáculos para a realização dessas medidas seria o fato da taxa de juros nacional depender fortemente dos juros internacionais. A consequência disso é os nossos juros serem elevados para atrair capital externo, principalmente por via de títulos públicos.

Outro problema seria a PEC do teto de gastos que acaba impossibilitando grandes investimentos públicos que incentivariam a economia e compromete as políticas sociais. Temos também o fim da TJLP (Taxa de juros de longo prazo) do BNDES que acaba enfraquecendo a concorrência do mesmo com outros bancos que cobram taxas de juros altas, isso prejudica o financiamento de investimentos por parte da indústria e de outros setores.

O governo Temer foi marcado por uma ideologia liberal em vez da desenvolvimentista utilizada nos dois governos anteriores. Esse pensamento liberal era marcado pela perda de espaço do Estado para o Mercado. Seguia uma disciplina fiscal, política de privatizações, liberalização financeira, reforma trabalhista, investimento externo direto, liberalização do comércio, direito de propriedade e taxa de câmbio competitiva.

Vale destacar que a Era Desenvolvimentista foi marcada por baixos índices de desemprego (chegando a 6.5%), formalização do mercado de trabalho, aumento do salário mínimo, melhora na distribuição de renda e redução da pobreza.

Marcio Moreira Leite de Campos



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