quinta-feira, 10 de março de 2016

Estudantes da UFRJ sofrem com o ajuste fiscal e a queda da economia

Cacau Farias, estudante do curso de Jornalismo da UFRJ e moradora do Alojamento Universitário, no Fundão.

Boletim ECOnômico: Como está a situação do alojamento universitário atualmente? 

Cacau: Muito ruim. A antiga ala feminina está em reforma, fazendo com que todas as meninas fossem realocadas para a ala masculina, que acabou se tornando mista. Dentro do alojamento existem 13 barracas de camping, alocadas no hall, sendo que algumas estão há mais de seis meses. E tudo sem banheiro! É assustador se pensarmos que o alojamento consiste em alas construídas ainda no período da ditadura!

Boletim ECOnômico: Qual o papel do ajuste fiscal nessa situação? 

Cacau: O número de alunos não para de subir e, com o ajuste fiscal, mais verbas foram cortadas. A morosidade das obras faz com que as verbas nunca sejam suficientes. As reformas aumentam, duplicam, quadruplicam de preço e nada dos lugares ficarem prontos. Como o dinheiro é destinado para um determinado prazo, o tempo prescreve e o dinheiro tem que se novamente solicitado. A situação está ruim, mas sempre foi. Temos que cobrar do Leher (Reitor da UFRJ) uma postura diante dessa situação, independente do ajuste. Faz quase um ano que ele (Leher) foi eleito e nada foi feito. 

Amanda Laryssa, estudante de Biomedicina na UFRJ e moradora de uma república, na Vila Residencial do Fundão

Boletim ECOnômico: Como o não reajuste da bolsa modificou a vida dos estudantes moradores da república? 

Amanda: Não reajustar a bolsa faz com que seja complicado continuar na UFRJ. Na Vila Residencial ou até mesmo na Ilha do Governador, dificilmente encontramos casas para morar por R$ 350. Geralmente é sempre mais do que R$ 400. E, quando você acha por R$ 350, é uma casa para dividir com várias pessoas. A dificuldade financeira acaba sendo a grande razão das repúblicas da Vila estarem lotadas, com 40, 60 pessoas dentro de uma casa. Como as pessoas não têm como pagar algo melhor, ficam morando nessas condições.

Boletim ECOnômico: A situação sempre foi assim? 

Amanda: Antigamente, quando eu entrei, dava para pagar o aluguel por R$ 350 e viver muito bem o resto do mês com os R$ 200 que sobravam, pagando o bandejão e etc. Mas, ultimamente, as coisas só aumentam, está muito difícil. Você vai ao supermercado e gasta R$ 50 em um minuto comprando coisas necessárias para passar uma semana. A bolsa não fica compatível com a situação que a gente vive no momento, no Brasil. O não reajuste dela prejudica muito!

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